Entrevista Evaristo Pinheiro à ISTOÉ Dinheiro
"Infraestrutura Sob Ameaça"
O Presidente do Conselho Diretor do SINICON - Evaristo Pinheiro, concedeu entrevista à revista ISTOÉ Dinheiro, cujo tema aborda a Infraestrutura no Brasil e seus impactos diante do atual cenário da economia Brasileira.
Segue a entrevista na íntegra:
‘’O setor da construção pesada no Brasil passa por um momento crítico, reflexo da forte crise econômica e política enfrentada pelo País nos últimos tempos. Acumula três anos de queda consecutiva em seu crescimento maior do que a registrada pelo PIB brasileiro, que retrocedeu ao patamar de 2010. O setor sofre com a perda de mais de 30% de seu faturamento e contabiliza uma diminuição em sua força de trabalho, seis vezes maior do que a verificada no conjunto de todos os setores da economia. O impacto de desemprego nos setores de construção civil e pesada já atingiu um milhão de trabalhadores, o que representa 28% da redução de postos formais no Brasil nos últimos 3 anos.
A infraestrutura tem grande relevância para a economia brasileira. É responsável por aproximadamente 50% da Formação Bruta de Capital Fixo e, segundo dados da Matriz de insumo-produto 2010 do IBGE, a cada R$ 1 milhão investido na produção do setor de construção pesada é gerado R$ 1,4 milhão de valor adicionado ao PIB, além de 46 novos postos formais de trabalho e R$ 456 mil a mais em salários ao longo de um ano.
Atrasar uma obra de infraestrutura tem impacto direto em setores como comércio, mercado imobiliário, serviços financeiros, seguros e máquinas e equipamentos, que dependem da movimentação da construção pesada para crescer.
A falta de um ambiente economicamente favorável no Brasil parou obras e freou os investimentos privados e públicos. “O setor de construção pesada está estagnado, mesmo com um movimento lento de retomada das atividades econômicas”, ressalta Evaristo Pinheiro, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (SINICON).
As empresas brasileiras também sentiram a redução do crédito disponibilizado pelo BNDES para exportar serviços de engenharia. Em 2017, os financiamentos do banco foram reduzidos a praticamente zero, provocando a paralisação do setor. “Infelizmente o País está abdicando desse setor. A participação brasileira neste mercado hoje não chega a 1% e já foi de 2,4%”, destaca Pinheiro. Espanha, Estados Unidos e China atingem participações que variam de 8 a 12% no mercado internacional de serviços de engenharia.
Desemprego
Um dos reflexos mais perigosos da retração do setor de construção pesada está na redução drástica do número de empregos, contribuindo fortemente para a soma de 13,1 milhões de brasileiros – de acordo com dados do IBGE - em busca de uma nova recolocação no mercado de trabalho. Até julho do ano passado, o setor perdeu 372 mil postos, deixando o setor com 687 mil empregados formais, número próximo ao que o País tinha em 2007.
O perfil de trabalhadores que atuam no mercado de infraestrutura no Brasil envolve justamente os mais afetados com o desemprego: homens entre 30 a 39 anos, das classes D e E, com ensino médio incompleto. “Essa é justamente a faixa da população mais vulnerável aos efeitos da crise econômica e da violência”, enfatiza Pinheiro.
Saída
O setor de infraestrutura, na visão de Pinheiro, deveria receber investimentos anuais de ao menos R$ 300 bilhões para reaquecer seus motores com uma rápida mobilização de mão de obra e imediata geração de renda via salários e compra de insumos.’’
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